Etapa 6: CMOS Setup básico

Para que a placa de CPU funcione corretamente precisamos configurá-la. Parte desta configuração é feita através de jumpers e dip switches. Opções mais ligadas ao hardware são em geral programadas desta forma. Entretanto a maioria das configurações da placa de CPU não são definidas desta forma, e sim através de software. Este software é chamado CMOS Setup. Trata-se de um programa de configuração, com o qual escolhemos entre as diversas opções de funcionamento da placa de CPU.

O CMOS Setup fica armazenado na memória ROM da placa de CPU, juntamente com o seu BIOS. Por isso muitos fazem confusão entre BIOS e Setup. O BIOS é o programa que controla a maior parte dos dispositivos de hardware. O CMOS Setup é o programa de configuração que informa ao BIOS como ele deve operar.

BIOS, CMOS e CMOS Setup

Todas as placas de CPU possuem um circuito especial, conhecido como CMOS. Nas placas de CPU produzidas até meados dos anos 90, o CMOS era um chip autônomo. Atualmente, o CMOS faz parte de outro chip da placa de CPU (VLSI). Pode estar localizado no chipset ou no chip conhecido como Super I/O. Por isso, era muito comum usar o termo chip CMOS. Atualmente, para sermos mais precisos, é melhor dizer apenas CMOS.

No CMOS existem dois circuitos independentes:

O CMOS é conectado a uma bateria que o mantém em funcionamento mesmo quando o computador está desligado. Nele encontramos o relógio permanente, um circuito que permanece o tempo todo contando as horas, minutos, segundos, dias, meses e anos, mesmo quando o computador está desligado.

No CMOS encontramos também uma pequena quantidade de memó­ria RAM. Sua quantidade é mesmo pequena, em geral apenas 64 bytes. Mesmo pequena, esta área de memória é sufici­ente para armazenar informações vitais ao funcionamento do computador. Essas informações são parâmetros que indicam ao BIOS os modos de funcionamento de hardware a serem empregados. Por exemplo, para poder controlar o disco rígido, o BIOS precisa saber o seu número de cilindros, de setores e de cabeças, entre outras informações.

Portanto, o BIOS precisa das informações existentes no CMOS para que possa sa­ber como deve funcionar. Mas como as informações vão parar no CMOS? Cabe ao usuário, na ocasião em que monta o seu PC, preencher essas informações. Isto é o que chamamos de fazer o Setup. Usuários que compram micros prontos não preci­sam se preocupar com esta questão, pois o Setup já foi realizado pelo fabricante do computador.

Como executar o CMOS Setup

Para executar o programa Setup, devemos pressionar o botão de Reset. Em geral isto provocará uma contagem de memória, durante a qual é mos­trada na tela uma mensagem como “Press DEL to enter Setup”. Na figura 79, na parte inferior da tela, vemos a indicação:

Press F1 to continue, < DEL > to enter Setup


Figura 11.79 - Contagem de memória e entrada para o CMOS Setup.

Ao pressionar­mos DEL durante a contagem de me­mória, o programa Setup é ativado, e coloca na tela as informações armazenadas no CMOS. Após aceitar as modificações feitas pelo usuário, o programa Setup as grava novamente no CMOS, e dá prosseguimento ao processo de boot.

Fazendo o Setup

Ao ser ativado, o Setup entra em operação e apresenta a sua tela de aber­tura. Esta tela pode ter uma apresentação na forma de texto, como vemos na figura 80, ou uma apresentação gráfica, como a da figura 81. O Setup na forma de texto é comandado através do teclado, e o Setup gráfico aceita comandos pelo teclado e pelo mouse. Não importa qual seja o caso, as opções existentes no Setup são muito parecidas.


Figura 11.80 - Setup com apresentação em modo texto.

O método geral para a realização do Setup é o seguinte:

1) Usar a auto configuração default
2) Acertar a data e a hora
3) Indicar o tipo do drive de disquete instalado (1.44 MB, naturalmente)
4) Detectar os parâmetros do disco rígido
5) Salvar e sair


Figura 11.81 - Setup com apresentação gráfica.

O programa Setup nada mais é que uma longa sucessão de perguntas de “múltipla escolha”, para as quais devem ser fornecidas respostas. Apesar de ser difícil res­ponder corretamente essas perguntas, não somos obriga­dos a enfrentar esta dificul­dade. O fabricante da placa de CPU sempre oferece a opção Auto Configuration, que permite o preenchimento auto­mático de todas as respostas (exceto as do Standard CMOS Setup) da melhor forma possível. A auto configura­ção atende a maioria dos casos, e faz com que seja obtido o melhor de­sempenho (ou quase tão bom quanto). Este comando pode aparecer com diversos nomes:

Neste ponto, o Setup estará quase pronto, com a maior parte das suas opções devidamente preen­chidas. A figura 82 mostra um exemplo de uso da auto configuração.


Figura 11.82 - Usando a auto configuração.

Em tempo, os Setups mostrados nas figuras 80 e 81 são produzidos respectivamente pela Award e pela AMI, duas das maiores produtoras de Setups e BIOS. A outra empresa que também produz os Setups de muitos computadores é a Phoenix, que recente­mente foi incorporada pela Award.

Devemos a seguir acertar a data e hora, definir os tipos dos drives A e B, e indicar os parâmetros do disco rígido. Essas operações são feitas através de uma área do Setup chamada Standard CMOS Setup. As figuras 83 e 84 mostram essas áreas, nos Setups da Award e da AMI (gráfico). Em ambos os casos, o Standard CMOS Setup é ati­vado a partir da tela principal do Setup.


Figura 11.83 - Standard CMOS Setup da Award


Figura 11.84 - Standard CMOS Setup da AMI, em modo gráfico.

O próximo passo é acertar a data e a hora. Quando uma placa de CPU é nova, normalmente não está com a data e a hora corretas. O comando para acertar a data e a hora está localizado no Standard CMOS Setup. No Setup da Award, mostrado na figura 83, basta usar as setas para selecionar o campo a ser mudado, e depois utilizar as teclas + e -, ou então Page Up e Page Down para alterar o campo desejado. No Setup da AMI, clicamos sobre o item Date/Time (figura 84), e será apresentado um outro quadro para a correção da data e hora.

O Standard CMOS Setup possui ainda outros comandos, como aquele que define o tipo dos drives de disquete instala­dos. As op­ções oferecidas são:

Certamente você está utilizando a seguinte configuração:

Drive A: 1.44 MB, 3½”
Drive B: None

Depois de indicar os drives de disquetes, o próximo passo é indicar os parâmetros do disco rí­gido. Os principais deles são:

O número de cilindros, cabeças e setores são informados no manual do disco rí­gido. Você em geral encontra também esses valores estampados na sua carcaça externa. A função LBA deve estar ativada. Sem ela, a capacidade máxima permitida para um disco rígido seria de apenas 504 MB.

Existe uma outra forma bem mais simples de preencher os parâmetros do disco rígido. Basta usar o comando Auto Detect IDE. Este comando em alguns casos é encontrado no menu principal do Setup, em outros casos é obtido a partir do Standard CMOS Setup, quando escolhemos para o disco rígido, a opção AUTO. Na figura 85 vemos uma das formas na qual este comando pode ser encontrado.


Figura 11.85 - Usando o comando Auto Detect IDE em um Setup Award.

Depois de preenchidas essas opções no Setup, temos que gravá-las no CMOS. Isto é obtido com o comando Save & Exit.  No Setup Award, você pode também salvar e sair usando a tecla F10. No Setup gráfico da AMI, basta teclar ESC, e no menu apresentado, escolha a op­ção Save & Exit. Setups da AMI em modo texto também aceitam a tecla F10 para esta função.

OBS.: Em alguns Setups, certos itens poderão atrapalhar ou confundir o usuário durante o processo de instalação do disco rígido. Um deles é a Seqüência de Boot (Boot Sequence). Normalmente é usado como default, a se­qüência A: C:, ou seja, é tentado o boot pelo drive A, e caso este não possua disquete inserido, é tentado o boot pelo drive C. No processo de inicialização do disco rígido (explicado a seguir), será preciso executar um boot pelo drive A. O problema é que, caso a seqüência de boot esteja configurada como C: A:, o computador tentará executar o boot pelo drive C, o que ainda não será possível. Dependendo da situação, a impossibili­dade do boot pelo drive C fará com que seja automaticamente executado um boot pelo drive A. Em certos ca­sos, o BIOS pode continuar tentando o boot pelo drive C, recusando-se a usar a segunda opção (A:). Para evitar este problema, devemos procurar no CMOS Setup um item chamado “Boot Sequence”, e programá-lo como A: C:. Isto fará com que o boot seja executado pelo drive A, conforme precisamos que seja feito.

OBS.: Outro item que pode causar confusão durante a inicialização do disco rígido é a proteção contra vírus (Virus Protection). Muitos Setups possuem este comando, que faz simplesmente a monitoração das operações de gravação no setor de boot e na tabela de partições, áreas visadas pela maioria dos vírus. Ao detectar que um programa requisitou uma gravação em uma dessas áreas, o BIOS apresenta na tela uma mensagem alertando o usuário sobre um possível ataque por vírus. Ocorre que os programas FDISK e FORMAT (usados na iniciali­zação do disco rí­gido), bem como o programa instalador do sistema operacional, também fazem gravações nessas áreas, sendo portanto, confundidos com vírus. Para evitar pro­blemas, podemos desabilitar a proteção contra vírus no Setup, habilitando-a ape­nas depois da instalação completa do sistema operacional. Devemos então procu­rar este comando e desabilitá-lo. Normalmente aparece com nomes como “Virus Protection”, ou “Hard Disk Virus Protection”.

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