Para que a placa de CPU funcione corretamente precisamos configurá-la. Parte desta configuração é feita através de jumpers e dip switches. Opções mais ligadas ao hardware são em geral programadas desta forma. Entretanto a maioria das configurações da placa de CPU não são definidas desta forma, e sim através de software. Este software é chamado CMOS Setup. Trata-se de um programa de configuração, com o qual escolhemos entre as diversas opções de funcionamento da placa de CPU.
O CMOS Setup fica armazenado na memória ROM da placa de CPU, juntamente com o seu BIOS. Por isso muitos fazem confusão entre BIOS e Setup. O BIOS é o programa que controla a maior parte dos dispositivos de hardware. O CMOS Setup é o programa de configuração que informa ao BIOS como ele deve operar.
Todas as placas de CPU possuem um circuito especial, conhecido como CMOS. Nas placas de CPU produzidas até meados dos anos 90, o CMOS era um chip autônomo. Atualmente, o CMOS faz parte de outro chip da placa de CPU (VLSI). Pode estar localizado no chipset ou no chip conhecido como Super I/O. Por isso, era muito comum usar o termo chip CMOS. Atualmente, para sermos mais precisos, é melhor dizer apenas CMOS.
No CMOS existem dois circuitos independentes:
Um relógio permanente
Uma pequena quantidade de memória RAM
O CMOS é conectado a uma bateria que o mantém em funcionamento mesmo quando o computador está desligado. Nele encontramos o relógio permanente, um circuito que permanece o tempo todo contando as horas, minutos, segundos, dias, meses e anos, mesmo quando o computador está desligado.
No CMOS encontramos também uma pequena quantidade de memória RAM. Sua quantidade é mesmo pequena, em geral apenas 64 bytes. Mesmo pequena, esta área de memória é suficiente para armazenar informações vitais ao funcionamento do computador. Essas informações são parâmetros que indicam ao BIOS os modos de funcionamento de hardware a serem empregados. Por exemplo, para poder controlar o disco rígido, o BIOS precisa saber o seu número de cilindros, de setores e de cabeças, entre outras informações.
Portanto, o BIOS precisa das informações existentes no CMOS para que possa saber como deve funcionar. Mas como as informações vão parar no CMOS? Cabe ao usuário, na ocasião em que monta o seu PC, preencher essas informações. Isto é o que chamamos de fazer o Setup. Usuários que compram micros prontos não precisam se preocupar com esta questão, pois o Setup já foi realizado pelo fabricante do computador.
Para executar o programa Setup, devemos pressionar o botão de Reset. Em geral isto provocará uma contagem de memória, durante a qual é mostrada na tela uma mensagem como “Press DEL to enter Setup”. Na figura 79, na parte inferior da tela, vemos a indicação:
Press F1 to continue,
<
Figura 11.79 - Contagem de
memória e entrada para o CMOS Setup.
Ao pressionarmos DEL durante a contagem de memória, o programa Setup é ativado, e coloca na tela as informações armazenadas no CMOS. Após aceitar as modificações feitas pelo usuário, o programa Setup as grava novamente no CMOS, e dá prosseguimento ao processo de boot.
Ao ser ativado, o Setup entra em operação e apresenta a sua tela de abertura. Esta tela pode ter uma apresentação na forma de texto, como vemos na figura 80, ou uma apresentação gráfica, como a da figura 81. O Setup na forma de texto é comandado através do teclado, e o Setup gráfico aceita comandos pelo teclado e pelo mouse. Não importa qual seja o caso, as opções existentes no Setup são muito parecidas.
O método geral para a realização do Setup é o seguinte:
1) Usar a auto configuração
default
2) Acertar a data e a hora
3) Indicar o tipo do drive de disquete
instalado (1.44 MB, naturalmente)
4) Detectar os parâmetros do disco
rígido
5) Salvar e sair
Figura 11.81 - Setup com
apresentação gráfica.
O programa Setup nada mais é que uma longa sucessão de perguntas de “múltipla escolha”, para as quais devem ser fornecidas respostas. Apesar de ser difícil responder corretamente essas perguntas, não somos obrigados a enfrentar esta dificuldade. O fabricante da placa de CPU sempre oferece a opção Auto Configuration, que permite o preenchimento automático de todas as respostas (exceto as do Standard CMOS Setup) da melhor forma possível. A auto configuração atende a maioria dos casos, e faz com que seja obtido o melhor desempenho (ou quase tão bom quanto). Este comando pode aparecer com diversos nomes:
Auto
Configuration with BIOS Defaults
Load BIOS Defaults
Optimal Defaults
Neste ponto, o Setup estará quase pronto, com a maior parte das suas opções devidamente preenchidas. A figura 82 mostra um exemplo de uso da auto configuração.
Figura 11.82 - Usando a
auto configuração.
Em tempo, os Setups mostrados nas figuras 80 e 81 são produzidos respectivamente pela Award e pela AMI, duas das maiores produtoras de Setups e BIOS. A outra empresa que também produz os Setups de muitos computadores é a Phoenix, que recentemente foi incorporada pela Award.
Devemos a seguir acertar a data e hora, definir os tipos dos drives A e B, e indicar os parâmetros do disco rígido. Essas operações são feitas através de uma área do Setup chamada Standard CMOS Setup. As figuras 83 e 84 mostram essas áreas, nos Setups da Award e da AMI (gráfico). Em ambos os casos, o Standard CMOS Setup é ativado a partir da tela principal do Setup.
Figura 11.83 - Standard
CMOS Setup da Award
Figura 11.84 - Standard
CMOS Setup da AMI, em modo gráfico.
O próximo passo é acertar a data e a hora. Quando uma placa de CPU é nova, normalmente não está com a data e a hora corretas. O comando para acertar a data e a hora está localizado no Standard CMOS Setup. No Setup da Award, mostrado na figura 83, basta usar as setas para selecionar o campo a ser mudado, e depois utilizar as teclas + e -, ou então Page Up e Page Down para alterar o campo desejado. No Setup da AMI, clicamos sobre o item Date/Time (figura 84), e será apresentado um outro quadro para a correção da data e hora.
O Standard CMOS Setup possui ainda outros comandos, como aquele que define o tipo dos drives de disquete instalados. As opções oferecidas são:
None
360 kB,
5 1/4”
1.2 MB,
5 1/4”
720 kB,
3½”
1.44 MB,
3½”
2.88 MB,
3½”
Certamente você está utilizando a seguinte configuração:
Drive A: 1.44 MB, 3½”
Drive B: None
Depois de indicar os drives de disquetes, o próximo passo é indicar os parâmetros do disco rígido. Os principais deles são:
Número de cilindros
Número de cabeças
Número de setores
LBA (Logical Block Addressing)
O número de cilindros, cabeças e setores são informados no manual do disco rígido. Você em geral encontra também esses valores estampados na sua carcaça externa. A função LBA deve estar ativada. Sem ela, a capacidade máxima permitida para um disco rígido seria de apenas 504 MB.
Existe uma outra forma bem mais simples de preencher os parâmetros do disco rígido. Basta usar o comando Auto Detect IDE. Este comando em alguns casos é encontrado no menu principal do Setup, em outros casos é obtido a partir do Standard CMOS Setup, quando escolhemos para o disco rígido, a opção AUTO. Na figura 85 vemos uma das formas na qual este comando pode ser encontrado.
Figura 11.85 - Usando o
comando Auto Detect IDE em um Setup Award.
Depois de preenchidas essas opções no Setup, temos que gravá-las no CMOS. Isto é obtido com o comando Save & Exit. No Setup Award, você pode também salvar e sair usando a tecla F10. No Setup gráfico da AMI, basta teclar ESC, e no menu apresentado, escolha a opção Save & Exit. Setups da AMI em modo texto também aceitam a tecla F10 para esta função.
OBS.: Em alguns Setups, certos itens poderão
atrapalhar ou confundir o usuário durante o processo de instalação do disco
rígido. Um deles é a Seqüência de
Boot (Boot Sequence). Normalmente é usado como default, a seqüência A:
C:, ou seja, é tentado o boot pelo drive A, e caso este não possua disquete
inserido, é tentado o boot pelo drive C. No processo de inicialização do disco
rígido (explicado a seguir), será preciso executar um boot pelo drive A. O
problema é que, caso a seqüência de boot esteja configurada como C: A:, o
computador tentará executar o boot pelo drive C, o que ainda não será possível.
Dependendo da situação, a impossibilidade do boot pelo drive C fará com que
seja automaticamente executado um boot pelo drive A. Em certos casos, o
BIOS pode continuar tentando o boot pelo drive C, recusando-se a usar a segunda
opção (A:). Para evitar este problema, devemos procurar no CMOS Setup um item
chamado “Boot Sequence”, e programá-lo como A: C:. Isto fará com que o boot seja
executado pelo drive A, conforme precisamos que seja feito.
OBS.: Outro item que pode causar confusão durante
a inicialização do disco rígido é a proteção contra vírus (Virus Protection).
Muitos Setups possuem este comando, que faz simplesmente a monitoração das
operações de gravação no setor de boot e na tabela de partições, áreas visadas
pela maioria dos vírus. Ao detectar que um programa requisitou uma gravação em
uma dessas áreas, o BIOS apresenta na tela uma mensagem alertando o usuário
sobre um possível ataque por vírus. Ocorre que os programas FDISK e FORMAT
(usados na inicialização do disco rígido), bem como o programa
instalador do sistema operacional, também fazem gravações nessas áreas, sendo
portanto, confundidos com vírus. Para evitar problemas, podemos desabilitar
a proteção contra vírus no Setup, habilitando-a apenas depois da instalação
completa do sistema operacional. Devemos então procurar este comando e
desabilitá-lo. Normalmente aparece com nomes como “Virus Protection”, ou “Hard
Disk Virus Protection”.
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